Hoje, o país possui mais de 37.000 sistemas de geração distribuída, totalizando 443.905 kW de potência instalada. Segundo estudos da EPE, o Brasil deve chegar a 800 mil sistemas instalados em 2026. “É uma tendência mundial. Na Alemanha há mais de 1,6 milhão de sistemas instalados e somente no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, já ultrapassa os 700 mil”, afirma Carlos Evangelista, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída.
Ao aderir ao mercado, o prosumidor (como é conhecido o consumidor que se torna produtor de energia) altera o início de toda a cadeia produtiva de energia. No modelo tradicional, a energia é gerada por uma empresa especializada, que passa essa energia às transmissoras pelo sistema tradicional de transmissão até chegar às distribuidoras que farão a divisão entre todos os consumidores.
Com a ascensão da geração distribuída, o caminho da energia se torna mais complexo, multidirecional e descentralizado. A energia gerada pelo consumidor vai diretamente para a distribuidora local. A distribuidora, por sua vez, redireciona essa energia para onde ela é mais necessária e tudo o que foi gerado é abatido sob a conta de luz do consumidor que a produziu.
No fim do mês, esse consumidor irá pagar apenas a diferença entre o que gerou e consumiu. Caso a geração seja maior do que o consumo, ele terá créditos energéticos com validade de 60 meses, que poderão ser utilizados quando consumir mais do que gerou. Isso significa que a rede de distribuição funciona como uma bateria, armazenando o excedente até o momento em que a unidade consumidora necessite de energia.